18 dezembro 2008

MEC fecha pregão de laptops para escolas por R$ 553 cada




Máquinas serão destinadas ao projeto Um Computador por Aluno.
Compra de 150 mil equipamentos do modelo Encore ainda é preliminar.


O pregão eletrônico para a compra de 150 mil notebooks populares, que serão distribuídos em 300 escolas do ensino público, encerrou nesta quarta-feira (17) com cada máquina a R$ 553.

O modelo escolhido no processo de seleção do Ministério da Educação (MEC) foi o Mobilis, da indiana Encore, oferecido no pregão pela Comsat. Procurada pelo G1, a empresa de São Paulo não quis comentar o resultado, dizendo que “as negociações ainda estão em trâmite”.

O resultado ainda é preliminar: na segunda-feira (22) será realizada a fase de aderência, quando será verificado se o equipamento atende às especificações exigidas no edital. Passada essa fase, será aberto o prazo de recurso e, depois disso, a empresa será chamada para firmar contrato.

O objetivo é distribuir os computadores, parte do projeto Um Computador por Aluno (UCA), ainda em 2009. O projeto piloto está sendo realizado em escolas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.

Congelado

O processo de seleção do MEC estava congelado desde dezembro do ano passado, quando foi realizado o primeiro pregão eletrônico para a escolha das máquinas populares. Na época, a melhor proposta foi apresentada pela Positivo Informática, que ofereceu cada PC por R$ 654,50. A configuração dos computadores não mudou, no entanto, de um pregão para outro.

O processo de dezembro de 2007 foi suspenso e o MEC divulgou que tentaria negociar um valor reduzido. Ele ficou parado até esta quarta, quando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) realizou um novo pregão do qual participaram sete concorrentes -- entre elas, a Positivo. No pregão eletrônico, vence quem oferecer o produto de menor preço, que atenda às determinações pré-estabelecidas.

Procurada pelo G1, a assessoria da Positivo Informática informou que o presidente da companhia ainda não havia se posicionado sobre o assunto.

O montante total a ser pago pelo lote de 150 mil computadores Mobilis é de R$ 82,55 milhões, contra R$ 98,18 milhões do resultado do pregão suspenso no ano passado. Esse valor inclui entrega das máquinas nas escolas, imposto, garantia, manutenção e configuração.

Configuração

As especificações técnicas do edital determinam que o notebook tenha, no mínimo, 512 MB de memória RAM, tela LCD a partir de sete polegadas, duas portas USB, memória flash com pelo menos 1 GB (livre, depois da instalação do sistema operacional e todos seus aplicativos), teclado protegido contra derramamento de líquidos, tecnologia de acesso sem fio à internet, certificação da Anatel, câmera de vídeo integrada e peso máximo de 1,5 kg já com a bateria instalada.

Além disso, o sistema operacional da máquina deve ser baseado em software livre e de código aberto, em português e possuir “interface gráfica e amigável”. As mesmas exigências valem para os softwares de aplicativos já instalados, que devem ter as funções de processador de texto (como o Word), planilha eletrônica, edição e visualização de imagens e navegação na web. O prazo de garantia, tanto de hardware quanto para software, deve ser de doze meses.

Fonte:
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL926879-5604,00-MEC+FECHA+PREGAO+DE+LAPTOPS+PARA+ESCOLAS+POR+R+CADA.html

17 dezembro 2008

Pregão eletrônico define empresa fornecedora de equipamento para 300 escolas



Fonte: Assessoria de Comunicação Social/MEC
17/12/2008 - 17:23:49

O Ministério da Educação realizou licitação para compra de 150 mil computadores portáteis para atender 300 escolas brasileiras. O pregão eletrônico de aquisição dos equipamentos do Programa Um Computador por Aluno (UCA) foi realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) nesta quarta-feira, 17, em Brasília.

Sete empresas apresentaram propostas. Em primeiro lugar, foi classificada a empresa paulista Comércio Representação Importação e Exportação de Equipamentos Elétrico Eletrônicos (Comsat), com o lance de R$ 82,55 milhões, sendo R$ 553,00 por equipamento. Nesse valor estão incluídos os seguintes serviços: entrega nas escolas, imposto, garantia, manutenção e configuração. O padrão apresentado é o Mobilis da Encore, de modelo indiano. De acordo com o edital, o modelo deve ter Memória RAM com no mínimo 512 MB, capacidade mínima de um Gigabyte, tela de LCD de no mínimo sete polegadas, dispositivo wireless, software livre e código aberto, idioma português, editor de textos, planilhas, apresentação de slides, 12 meses de garantia, entre outras especificações.

O resultado ainda é preliminar, porque na próxima segunda-feira, 22, será realizada a fase de aderência. Nessa etapa é verificado se o equipamento atende as especificações exigidas no edital. Passada essa fase, será aberto o prazo de recurso e somente depois dessa etapa a empresa será chamada para firmar o contrato.

O programa UCA integra as ações para o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas escolas, por meio da distribuição de computadores portáteis aos alunos da rede pública de ensino. O projeto piloto está sendo realizado em cinco escolas de quatro estados brasileiros (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins), além do Distrito Federal.

Assessoria de Comunicação Social/MEC

10 abril 2007

Oficina sobre Rede Mesh - RNP e UFF




Data: 10 e 11 de abril de 2007

Local: Auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) - Rio de Janeiro/RJ

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), estará realizando uma "Oficina da Rede Um Computador por Aluno (RUCA)", onde serão apresentados os resultados dos testes de utilização da rede "mesh" realizados pela UFF e pela Universidade de São Paulo (USP).

A RNP contratou seu Grupo de Trabalho em Rede Mesh para coordenar os testes, que serão realizados por pesquisadores da UFF, UFRGS, UnB, UFPE, USP e UFAM.

Os testes realizados pretendem avaliar as características do hardware e software de redes sem fio e o protocolo de roteamento para redes em malha implementado pelo protocolo IEEE 802.11s.

09 abril 2007

Muito mais do que 100 dólares




O projeto de computação de baixo custo para escolas é bom, mas ninguém sabe o tamanho da conta

05/abril/2007

Por Ricardo Cesar

EXAME - Em junho de 2005, quando Nicholas Negroponte, co-fundador do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), apresentou a idéia de um laptop de 100 dólares para fins educacionais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, a reação foi entusiasmada. Lula determinou a criação de um grupo de trabalho que deveria estabelecer um plano de ação "dentro de 29 dias, não 30". Havia pressa, mas hoje, quase dois anos depois, muito pouco aconteceu. Os educadores e pesquisadores envolvidos na iniciativa Um Computador por Aluno, ou simplesmente UCA, como foi batizado o projeto do governo federal para distribuir equipamentos de informática em escolas públicas de todo o país, têm convicção inabalável de que o esforço vale a pena. Para eles, recursos tecnológicos corretamente empregados podem, sim, melhorar muito as aulas dos ensinos Médio e Fundamental. O problema é que, desde o encontro de Lula e Negroponte, essa parece ser a única certeza que aflorou no governo. Ninguém sabe dizer quem distribuirá as máquinas, oferecerá suporte técnico e treinará os professores. Também não foi determinado qual será o equipamento utilizado nem a quantidade a ser encomendada, muito menos quando a iniciativa vai sair do papel.

Isso tudo significa que ainda não é possível calcular quanto o projeto integral demandaria dos cofres públicos. O equipamento mais barato em análise -- o XO, da organização sem fins lucrativos One Laptop per Child (OLPC), criada por Negroponte -- sai hoje por cerca de 140 dólares. Mas encomendar 1 milhão de unidades, número que já foi ventilado em Brasília, exigiria bem mais que 140 milhões de dólares. O preço de aquisição das máquinas é apenas uma parte dos custos. É preciso fazer com que os equipamentos cheguem a seu destino, sejam instalados e conectados à internet e recebam assistência técnica. Também é de imaginar que uma porcentagem quebrará e outro tanto será furtado. Esses laptops terão de ser repostos -- mas seria uma reposição de 3% ou 30% ao ano? Não se sabe. "Estamos com muitas variáveis em aberto", diz Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência e principal responsável pelo UCA. "Precisamos ter prudência. É um projeto que está na fronteira tecnológica e pedagógica, que nunca foi testado em lugar nenhum."

A escolha do laptop barato
Conheça as vantagens e as desvantagens dos três computadores de baixo custo em avaliação pelo governo brasileiro
CLASSMATE PC

Responsável pelo aparelho
Intel

Fabricação
Positivo e CCE (Brasil)

Prós
Com bom poder de processamento, faz quase tudo o que
um laptop simples pode fazer. As máquinas seriam montadas no Brasil

Contras
É mais caro que o XO e também menos revolucionário para uso educacional

Preço
250 dólares(1)
XO

Responsável pelo aparelho
OLPC

Fabricação
Quanta Computers (Taiwan)

Prós
É a alternativa mais barata e também a mais inovadora tanto do ponto de vista tecnológico quanto na proposta educacional

Contras
Capacidade de processamento limitada. Deve ser importado de Taiwan

Preço
140 dólares(1)
MOBILIS

Responsável pelo aparelho
Encore (Índia)

Fabricação
RFTelavo (Brasil)

Prós
Ótima mobilidade, tela sensível ao toque, bateria com autonomia de até 6 horas

Contras
Não foi desenvolvido para uso educacional. É mais caro que o XO e com recursos técnicos mais limitados que o Classmate

Preço
250 dólares(1)
(1) Valor atual, sujeito a mudanças

Apesar das incertezas, Alvarez diz que a iniciativa está entrando -- finalmente -- numa fase de menos barulho e mais definições. As avaliações técnicas que o governo encomendou estão prontas. A análise pedagógica finalmente vai deslanchar, com testes em escolas do Rio Grande do Sul, de São Paulo, de Tocantins e do Rio de Janeiro. Entre as pessoas envolvidas no projeto, circula que o escopo do UCA deve ser fechado nos próximos meses, embora essa não seja uma posição oficial. A partir daí, o governo abriria uma espécie de licitação para determinar quem fornecerá as máquinas. Há três modelos na disputa: o XO, que nasceu como o laptop de 100 dólares, concebido por Negroponte; o Classmate PC, da Intel; e o Mobilis, da indiana Encore (veja os detalhes dos modelos no quadro ao lado). Todos são oferecidos a vários países, não apenas ao Brasil. Mas em ne nhum local a idéia de distribuir computadores baratos para fins educacionais foi recebida mais calorosamente. Instituiu-se uma cooperação de alto nível entre as ONGs e multinacionais envolvidas e os técnicos do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP, do Centro de Pesquisas Renato Archer e do Certi, em Santa Catarina. Em alguns casos, os pesquisadores brasileiros são responsáveis por aprimoramentos importantes nas máquinas. Os primeiros testes em condições reais foram feitos no Brasil, em 2006, e as primeiras experiências em larga escala também ocorrerão aqui, nas próximas semanas. Além disso, fala-se numa compra de até 1 milhão de laptops -- mais do que todas as vendas de notebooks contabilizadas no ano passado inteiro no mercado nacional: 680 000 unidades. O Bradesco, banco com um dos maiores parques de computadores do país, administra cerca de 100 000 máquinas.

Quem fechar acordo com o governo brasileiro, portanto, sairá na frente para estabelecer seu equipamento como o mais indicado para fins educativos em países emergentes. O discurso oficial de todos é que quanto mais alternativas, melhor. Mas, apesar da função social, os responsáveis pelos três laptops competem ferozmente e chegam a trocar farpas. "Honestamente, estou feliz que a Intel e outras empresas finalmente estejam dando atenção à necessidade de computação de baixo custo para a educação. Isso não acontecia antes de iniciarmos a OLPC", disse a EXAME David Cavallo, diretor do grupo de pesquisas Futuro do Aprendizado, do MIT, e uma das cabeças por trás do XO. "Mas acredito que nossa máquina supera de longe a deles."

Perguntas sem respostas
Dois anos após o governo iniciar os estudos para a distribuição dos laptops, ainda há mais dúvidas do que certezas
Qual o custo total do projeto?
Laptop de 100 dólares é uma bela marca, mas o preço dos equipamentos é só a ponta do iceberg. O custo integral do projeto envolve muitos fatores, como distribuição, treinamento e assistência técnica
Como selecionar as escolas que serão beneficiadas?
A idéia é que as secretarias de Educação e as próprias escolas se cadastrem para receber as máquinas. Mas não está claro como impedir que critérios políticos definam quem receberá os equipamentos
Quem treinará os professores?
É de esperar que alguns professores não estejam familiarizados nem sequer com os recursos convencionais de informática. Ninguém sabe ao certo como será feita a capacitação dos professores
Como será a conservação das máquinas?
Não se sabe se os equipamentos serão doados aos alunos ou ficarão nas escolas. Também há dúvidas sobre as reposições — os laptops são robustos, mas estão longe de ser inquebráveis
Como garantir assistência técnica em todo o Brasil?
O governo precisa de uma rede de prestação de serviço que tenha abrangência nacional para garantir que todas as escolas envolvidas no projeto tenham suporte técnico. Quem vai fornecer esse serviço?

AS ANALISES DOS pesquisadores brasileiros mostram que cada equipamento tem seus prós e contras. O XO é o mais inovador e também o de menor custo, embora o preço unitário ainda esteja bem acima dos 100 dólares previstos originalmente. A tela aproveita a luz ambiente para poupar energia, e os equipamentos vêm com chips capazes de estabelecer uma rede local sem fio, o que permite a troca de dados com outros laptops próximos. "Sob todos os pontos de vista, o XO é uma peça de inovação -- tanto quanto um iPod, por exemplo", diz Marcelo Zuffo, pesquisador do LSI. Seu ponto fraco, contudo, é a baixa capacidade de processamento. O XO também teria de ser importado, já que a OLPC fechou acordo de fabricação com a Quanta, de Taiwan. O Classmate leva vantagem no quesito performance. Seu processador pode até rodar o pesado Windows XP, da Microsoft. A maioria de suas peças teria de ser importada, mas os computadores podem ser montados no Brasil, gerando empregos aqui. Por outro lado, o equipamento da Intel é mais caro e também mais conservador: trata-se praticamente de um laptop em miniatura com alguns programas pedagógicos, não um dispositivo inovador como o XO. O indiano Mobilis não nasceu para projetos educacionais e nem mesmo tem um design atraente para crianças. Mas pode ser adaptado para esse fim e conta com recursos interessantes, como tela sensível ao toque. Todos são pequenos, fáceis de ser transportados e robustos.

O tiro de largada dessa corrida foi dado por Negroponte em janeiro de 2005, num e-mail endereçado a Hector Ruiz, executivo-chefe da fabricante de processadores AMD. "Conte conosco", foi a resposta de Ruiz. Em poucas dias, o Google e a News Corp. também aderiram à iniciativa como membros fundadores da OLPC. No mesmo mês, Negroponte apresentou a idéia do laptop de 100 dólares no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Tudo o que ele tinha para mostrar à sua audiência era um protótipo tosco que dava uma idéia da aparência externa do dispositivo, mas que não executava função nenhuma. Mesmo assim, a repercussão foi gigantesca. Negroponte não tirou o laptop de 100 dólares da cartola. O conceito de usar computadores como instrumento pedagógico surgiu na década de 60, por meio de um grupo de pensadores liderados por Seymour Papert, também do MIT, que influenciou educadores em todos os cantos do globo. A cruzada de Negroponte é transformar aquela teoria em prática. "Ele traçou um objetivo e atropela quem for preciso para chegar lá. Negroponte é uma pessoa muito difícil -- ele é estrela, tem chilique e às vezes desconsidera os colegas de trabalho. Mas sua convicção sobre o que está fazendo é muito grande", disse um pesquisador envolvido com a OLPC.

Independentemente da escolha do governo federal, levar computadores a alunos de escolas públicas é uma tarefa meritória, mas extremamente complexa num país com as dimensões do Brasil. É preciso garantir que as escolas tenham tomadas para carregar as baterias dos laptops e que haja conexão com a internet para explorar o real potencial das máquinas. Essa não é a realidade de muitos colégios espalhados pelas periferias e áreas rurais do país. Ter uma proposta pedagógica sólida para que as máquinas de fato aprimorem as aulas é outro desafio. "Em muitos aspectos, a tecnologia é a parte mais fácil", diz Cavallo, do MIT. Para a professora Roseli de Deus Lopes, do LSI, os resultados serão heterogêneos entre as escolas que participarem do programa. "Sabemos que não vamos conseguir atingir o objetivo em todas. Mas, se atingirmos em uma parte, já terá valido a pena."

Outro risco nada desprezível é o uso político da iniciativa. Afinal, esse é um daqueles projetos que já nascem com a foto pronta -- o prefeito ou o governador entregando as máquinas para as criancinhas pobres. A princípio, as secretarias de Educação devem cadastrar as escolas interessadas, que precisarão atender a certos pré-requisitos para então receber os equipamentos. Mas haverá laptops para todos? Se esses pontos não forem equacionados, o projeto pode se tornar apenas uma peça de propaganda política e um tremendo desperdício de dinheiro público -- além de um vexame para o país, já que o mundo todo estará olhando. O lado alentador é que os pesquisadores envolvidos são apaixonados pelo projeto. Gente como Roseli Lopes, do LSI, ou a professora Léa da Cruz Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pode falar horas sobre o assunto com um brilho nos olhos que não deixa espaço para dúvidas sobre seu envolvimento. É compreensível que o governo tenha uma postura cuidadosa antes de gastar dinheiro público. Mesmo assim, se realmente apóia a idéia como faz parecer, não há mais justificativas para continuar protelando indefinidamente o projeto. Se 30 dias era muito tempo, o que dizer de dois anos?

Fonte: Portal EXAME
http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0890/tecnologia/m0125978.html
.

29 março 2007

Ministro da Educação recebe Classmate da Intel




O ministro da Educação, Fernando Haddad, recebeu um exemplar do "laptop" educacional da Intel, o Classmate PC.

O computador foi entregue pelo Sr. Oscar Clarke, presidente da Intel no Brasil.

No encontro, Clarke confirmou uma nova doação de 800 "laptops" Classmate para o Ministério da Educação testar as funcionalidades pedagógicas em escolas públicas de Piraí, no Rio de Janeiro e em Palmas, Tocantins.

27 março 2007

Neo apresenta solução para "computador educacional"





Segue configuração do protótipo da Neo Tecnologia (sede em Divinópolis/MG) para o "computador educacional" de baixo custo. De acordo com testes realizados pelos engenheiros do CEUB, o equipamento Neo possui o mesmo desempenho de um Pentium 4.

Hardware:
• Gabinete small footprint, sem partes móveis,210X297X50 mm, fonte externa.
• Placa mãe Neo810E2 versão 1.0
• Processador Intel® Celeron® 800 MHz ou VIA® 1000 Mhz fanless
• 256 Mb RAM (suporta até 2 GB RAM)
• 2 GB armazenamento de dados em estado sólido
• CD-ROM
• 2 conectores USB 2.0
• Conector de infra-vermelho
• Porta paralela EPP/ECP
• Conector externo serial DB9
• Porta Mini Din para mouse
• Porta Mini Din para teclado
• Entrada e saída de áudio. Saída audio digital 5.1
• Entrada de Microfone
• 1 Slot PCI
• 2 controladores IDE para 4 dispositivos
• Acelerador gráfico (Roda aplicativos 3D - Quake3 Arena por exemplo)
• Vídeo UXGA até 1600x1200 pontos 16 bpp em monitores CRT não entrelaçados e LCD.
• Saída de vídeo de até 800x600 pontos e alta resolução de cores e definição - Conector RCA (Vídeo composto) S-Vídeo (Y/C), em NTSC e Pal-B, G, H, I, M e N.
• Porta LAN Ethernet® 10/100 Mbps
• POrta LAN/MAN/WAN sem Fio 802.11 a/b/g
• Modem padrão ITU V.92 em interface AMR
• Receptor multinorma (ISDB-T,DVB-C,DVB-T,ATSC + TV analógica)
• Wake-On-Lan, Wake-On-Ring ready.
• Leitor/gravador de midias flash (Nand ou Nor)

Opcionais:
• Disco rígido convencional
• Armazenamento de dados em estado sólido até 32 GB
• CD-ROM, DVD-ROM
• CD/DVD-RW
• Modem ADSL Interno
• Cable modem interno
• Conexão wireless ZigBee Mesh
• Leitor/gravador de SmartCard on board
• Conexão via rede elétrica 14 Mbps (PLC)
• Captura de TV/Rádio
• Teclado sem fio com TrackBall
• Head set para VOIP / multimídia
• Câmera para video-conferência / multimídia

Software:
• Sistema Operacional Neo Linux - distribuição Linux desenvolvida para o Neo, que ocupa 125 MB de espaço no disco, incluindo softwares como editor e processador de texto, planilha, desenho vetorial, navegador web com Java script e applets, editor e visualizador de imagens, videoconferência, tocador de midias e todos os outros softwares normalmente usados no dia a dia.
• Sistema Operacional Windows 98 SE, Windows XP, Windows XP Starter Edition, adaptados pela Neo.

Intel anuncia Classmate PCs em mercados emergentes



Fonte: http://www.adnews.com.br/teste/novo/news2.asp?Cod_Noticia=44868


A Intel Corporation anunciou que os classmate PCs baseados na tecnologia Intel já estão sendo fabricados em larga escala para os mercados emergentes. Esses PCs de baixo custo e com todas as funções, baseados no processador Intel Celeron M, são os primeiros computadores móveis orientados para a educação a ser produzidos em larga escala para Brasil e México. O classmate PC baseado na tecnologia Intel auxilia os ambientes de aprendizado colaborativo, especialmente para escolas do ensino fundamental, e é parte do contínuo compromisso e da dedicação da Intel para equipar as crianças de todo o mundo com a tecnologia que ajudará a melhorar o aprendizado e o desenvolvimento. A Intel também planeja realizar experimentos com o classmate PC baseado na tecnologia Intel em mais de 25 países nesse ano, incluindo Chile, China, Índia, Indonésia, Malásia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Turquia e Vietnã. Esse ano a Intel planeja disponibilizar classmate PCs em diversos idiomas, incluindo: inglês, árabe, chinês simplificado, português, russo, espanhol, tailandês e turco.

O classmate PC baseado na tecnologia Intel é parte do Programa World Ahead da Intel que busca combinar a tecnologia, o currículo e os professores para melhorar a educação nos países em desenvolvimento. A Intel trabalhará com esses países para estabelecer planos que incluam o trabalho com a indústria local, visando a oferecer conectividade à Internet e treinamento profissional para os professores sobre o uso efetivo da tecnologia. O objetivo é melhorar o ensino por meio do programa Intel Educação e do desenvolvimento criativo de planos de aula, atividades e conteúdo local, como o aproveitamento do currículo de ciências e matemáticas baseado no Intels skoool. O Intels skoool é uma ferramenta digital on-line premiada, voltada ao aprendizado, que oferece uma solução escalável, multimídia e multi-dispositivos para melhorar o ensino e o aprendizado de matemáticas e ciências.

O Programa World Ahead da Intel é a abrangente estratégia da companhia para levar todo o valor da tecnologia para todas as pessoas, em todo o mundo. Focado nas pessoas das comunidades em desenvolvimento de todo o mundo, ele integra e amplia os esforços da Intel para acelerar o progresso no uso da tecnologia em quatro áreas: acessibilidade, conectividade, educação e conteúdo. A Intel investirá mais de USD 1 bilhão nesse programa ao longo dos próximos 5 anos. A Intel também está trabalhando com ministérios da educação em mais de 30 países para treinar 10 milhões de professores, até o final da década, sobre como aplicar a tecnologia para melhorar o aprendizado, potencialmente beneficiando mais de 100 milhões de estudantes.

25 março 2007

Como serão as aulas no futuro?



Vídeo intitulado "Remapping the Universe", por Jeff Han.
Duração: 03 min 32 seg

Confira em: http://link.brightcove.com/services/link/bcpid533361602/bctid422563006

ou

22 março 2007

Blog do Jaime Balbino: Mobilidade em Educação



Divulgo blog sobre o tema "Mobilidade em Educação", do Jaime Balbino.
http://mobeduc.blogspot.com/

Há um "post" (que virou comentário por aqui) sobre outros relatos de experiências de computação 1:1, além do Maine/EUA.
http://mobeduc.blogspot.com/2007/03/relatos-prticos-do-uso-da-mobilidade-em.html

[ ]s.

Oficina do Classmate/Intel para Assessores Pedagógicos do MEC





Data:
22 de março de 2007

Local:
Sede da Intel em São Paulo/SP

Participantes:
José Armando Valente - Unicamp
Léa da Cruz Fagundes - UFRGS
Maria de Fátima Simas Malheiro - SEB/MEC
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida - PUC/SP
Mauro Cândido Moura - SEED/MEC
Paulo Gileno Cysneiros - UFPE
Roseli de Deus Lopes - USP
Simão Pedro Pinto Marinho - PUC/MG
Stela Conceição Bertholo Piconez - USP

21 março 2007

You Tube - Web 2.0 ... The Machine is Us/ing Us



Vídeo sobre o que é a Web 2.0, por Michael Wesch.
Duração: 04 min 31 seg

Confira em:

http://www.youtube.com/watch?v=6gmP4nk0EOE

ou

Portaria do GT - Assessores Pedagógicos





Publicada no Diário Oficial da União de 21 de março de 2007, Seção 2, pág 9.

PORTARIA No. 8, DE 19 DE MARÇO DE 2007

O SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA usando das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria GM n.º 1089, de 04 de abril de 2005, publicada no Diário Oficial da União, Seção 2, de 06 de abril de 2005, e considerando da prerrogativa conferida e este órgão no arigo 25, inciso III do Decreto nº 5.159, de 28 de julho de 2004, resolve:

Art. 1º. Compor grupo de trabalho com o objetivo de assessorar pedagogicamente a elaboração do documento básico do Projeto Um Computador por Aluno - UCA, bem como realizar o acompanhamento e a avaliação das experiências iniciais a serem implantadas.

Art. 2º. Designar para compor o referido Grupo de Trabalho, sob a coordenação do primeiro, como representantes do Ministério da Educação:
I. Espartaco Madureira Coelho - SEED/MEC;
II. Francesca Lóes - SEED/MEC;
III. Carmem Prata - SEED/MEC;
IV. Maria de Fátima Simas Malheiro - SEB/MEC;
V. Márlúcia Delfino Amaral - SEB/MEC.

Como assessores pedagógicos:
I. José Armando Valente - Universidade Estadual de Campinas;
II. Julíbio David Ardigo - Universidade do Estado de Santa Catarina;
III. Léa da Cruz Fagundes - Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
IV. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;
V. Maria Helena Cautiero Horta Jardim - Universidade Federal do Rio de Janeiro;
VI. Mauro Cavalcante Pequeno - Universidade Federal do Ceará;
VII. Paulo Gileno Cysneiros - Universidade Federal de Pernambuco;
VIII. Roseli de Deus Lopes - Universidade Estadual de São Paulo;
IX. Simão Pedro Pinto Marinho - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
X - Stela Conceição Bertholo Piconez - Universidade Estadual de São Paulo.

Art. 3º. O grupo de trabalho tem o prazo de 300 (trezentos) dias, prorrogáveis por mais 30 (trinta) dias, para apresentar os resultados no formato de documento.

Art.4º. Em eventual necessidade de deslocamento, os representantes do Grupo de Trabalho terão as despesas relativas a passagens e diárias custeadas pela Secretaria de Educação a Distância - SEED.

Art.5º. Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

RONALDO MOTA

20 março 2007

Ivan Illich e a "Sociedade sem Escolas"




Apesar de Paulo Freire propor uma revolução nos conteúdos e na pedagogia da escola tradicional, ele professava uma crença absoluta no papel da Escola como elemento catalisador da transformação social.

Entretanto, Seymour Papert (da pedagogia de projetos, da linguagem Logo e do projeto OLPC) e Ivan Illich apresentaram críticas mais radicais ao sistema escolar atual.

Para conhecer um pouco mais sobre o pensamento de Ivan Illich, achei o texto "Sociedade sem Escolas" ou "DESCHOOLING SOCIETY" (na íntegra, mas em inglês) no endereço eletrônico http://reactor-core.org/deschooling.html

19 março 2007

Comparativo dos "laptops educacionais"




Segue, tabela com um comparativo dos "laptops educacionais" avaliados pela Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED/MEC):

Brasileirinho / UNESP:
CPU: ARM (532 MHz)
Memória RAM: 128 MB
Armazenamento: 1 GB Flash
Peso: protótipo, em torno de 1 kg
Monitor: 7,5" LCD colorido (640x480)
Teclado: Português
Bateria: protótipo, funcionando com fonte alternativa
Portas USB: 2 portas
Rede: 10/100 Mbps Ethernet
Rede sem Fio: Wi-Fi 802.11 a/b/g
Sistema Operacional: Windows CE
TouchPad: Não, substituído por um conjunto de 10 teclas localizadas na parte frontal
Outras Características: Auto-falantes e microfone embutido no gabinete

Classmate / INTEL:
CPU: Intel Celeron M (900MHz)
Memória RAM: 256 MB
Armazenamento: 2,5 GB Flash
Peso: 1,3 kg
Monitor: 7" LCD colorido (800x480)
Teclado: Brasil ABNT-2
Bateria: 6 células Li-ion (4 horas)
Portas USB: 2 portas
Rede: 10/100 Mbps Ethernet
Rede sem Fio: Wi-Fi 802.11 b/g
Sistema Operacional: Linux (Metasys, baseado no SUSE Linux) ou Windows XP
TouchPad: Redondo, com botões direito e esquerdo
Outras Características: Auto-falantes e reconhecimento de escrita

Mobilis /Encore:
CPU: Xscale Pxa-255 (400 MHz)
Memória RAM: 128 MB
Armazenamento: 128 MB Flash
Peso: 0,75 kg
Monitor: 7" LCD colorido (800x480)
Teclado: Estilo "tablet" com 56 teclas
Bateria: Li-ion (4 horas)
Portas USB: 1 porta
Rede: Não
Rede sem Fio: Wi-Fi 802.11 b/g (mesh) e conexão GPRS (não testada)
Sistema Operacional: Linux (Fedora)
TouchPad: Não, mas com tela "touch screen"
Outras Características: Leitor de cartão SD/MMC, auto-falantes e microfone embutido no gabinete

XO/OLPC:
CPU: AMD Geode GX-500 (366 MHz)
Memória RAM: 128 MB
Armazenamento: 512 MB Flash
Peso: 1,1 kg
Monitor: 7,5" LCD colorido (640x480) Dual Mode
Teclado: US-International, Protuguês
Bateria: 5 células NIMH (2 horas)
Portas USB: 3 portas
Rede: Não
Rede sem Fio: Wifi 802.11 b/g (mesh)
Sistema Operacional: Linux (RedHat)
TouchPad: Com botões direito e esquerdo, sendo que o modo de escrita não estava funcionando
Outras Características: Leitor de cartão SD, auto-falantes, webcom e microfone embutido no gabinete

18 março 2007

Relatos da experiência com projeto 1:1 no estado do Maine/EUA





Encontrei alguns registros da University of Southern Maine sobre a "Maine Learning Technology Initiative". Esta iniciativa começou com a implantação de um projeto piloto durante a primavera de 2002, sendo que no outono de 2003 já haviam sido distribuídos mais de 17 mil "notebooks" para os professores e alunos das sétimas e oitavas séries das 240 escolas do estado.

São nove arquivos, datados de 2003 a 2005, que tratam de uma experiência realizada com "notebooks de mercado" e "software" proprietário, mas que entendo podem subsidiar uma discussão sobre o modelo de computação 1 para 1. Ou, não.

Em um dos artigos, o que trata especificamente do "impacto sobre os estudantes e o aprendizado", as várias metodologias de avaliação utilizadas (entrevistas, grupos focais, observação em sala de aula, análise de correspondências da escola para os pais (sic) e questionários na internet) demonstram que o processo foi baseado na avaliação do "grau de percepção" daqueles que responderam à pesquisa (em torno de 46% do universo estatístico).

Aparentemente, não há informações sobre um projeto educacional/pedagógico inovador ou diferenciado, nem avaliação de resultados, nem dos custos do projeto (custos de oportunidade, inclusive), temas que considero de relevância para quem quer analisar o assunto.

Em todo o caso, seguem os "links":

1) Belief Drives Action: How Teaching Philosophy Affects Technology Use in the Classroom
Aaron Gritter, April 2005

2) Research Report #1
The Impact of Maine's One-to-One Laptop Program on Middle School Teachers and Students
David L. Silvernail, Dawn M.M. Lane, February, 2004

3) Research Report #2
Laptop Use By Seventh Grade Students with Disabilities: Perceptions of Special Education Teachers
Walter J. Harris, Lori Smith, February 2004

4) Research Report #3
Trading Roles: Teachers and Students Learn with Technology
Janet Fairman, May 2004

5) Research Report #4
Use of Laptop Computers and Classroom Assessment: Are Teachers Making the Connections
Jeffrey S. Beaudry, February 2004

6) Research Report #5
Two Teachers Implement One-to-One Computing: A Case Study
Abigail Garthwait, Herman Weller, July 2004

7) The Maine Learning Technology Initiative: Impact on Students and Learning
Dawn M.M. Lane, April 2003

8) The Maine Learning Technology Initiative: Impact on the Digital Divide
Paula Gravelle, April 2003

9) The Maine Learning Technology Initiative: What is the Impact on Teacher Beliefs and Instructional Practices
Katherine Sargent, April 2003

12 março 2007

MEC recebe 200 dispositivos XO




MEC recebeu, hoje, 200 (duzentos) equipamentos XO, que serão encaminhados às Coordenadoras dos projetos piloto desses dispositivos.

O equipamento possui a seguinte configuração:
- CPU: Geode GX2 - 366 MHz;
- Memória: 128 MB DRAM; e
- Armazenamento: 512 MB Memória Flash.
-

06 março 2007

Evento em Boston/OLPC




Data:
06 a 08/março/2007

Local:
Sede da OLPC - Boston/EUA

Assunto:
Reunião com representantes dos países envolvidos com projetos piloto

Representantes do Brasil:
José Luiz M. Aquino - Presidência da República
Roseli de Deus Lopes - LSI/USP

Prováveis Países participantes:
1) Argentina;
2) Brasil;
3) Líbia;
4) Nigéria;
5) Ruanda; e
6) Uruguai.

05 março 2007

Presidente Lula recebe exemplar do Classmate PC



Lula poderá escrever e-mails neste laptop

Felipe Zmoginski, do Plantão Revista INFO
Segunda-feira, 05 de março de 2007 - 14h27

SÃO PAULO – O presidente Lula recebeu um exemplar do notebook educacional da Intel, o Classmate PC.

O computador de baixo custo foi entregue ao presidente Lula por seu assessor especial, César Alvarez.

O assessor recebeu o modelo um dia antes de entregá-lo a Lula, durante encontro com Oscar Clarke, presidente da Intel no Brasil.

No encontro, Clarke prometeu para abril a doação de 800 laptops do tipo para o Ministério da Educação (MEC). O MEC testará o uso dos computadores em sala de aula nas escolas públicas de Piraí, no Rio de Janeiro e Palmas, em Tocantins.

O modelo entregue a Lula faz parte de um lote de 31 laptops que a Intel distribuiu para membros do governo Federal.

O Classmate PC disputa com o XO, também conhecido como laptop de US$ 100 e projetado pela OLPC, os investimentos do governo Federal em projetos de educação e inclusão digital. Além das duas plataformas, um tablet PC de baixo custo da indiana Encore é testado pelo governo. Todas as plataformas baseiam-se no uso de software livre.

Fonte: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/032007/05032007-13.shl

01 março 2007

2a. Reunião com Assessores Pedagógicos



Data:
01 e 02/março/2007

Local:
Sala de Reuniões do LSI/USP

Participantes:
Carmem Prata - SEED/MEC
Jeanete Beauchamp - SEB/MEC
José Armando Valente - Unicamp
Marlúcia Delfino Amaral - SEB/MEC
Mauro Moura - SEED/MEC
Mauro Pequeno - UFCE
Paulo Cysneiros Gileno - UFPE
Roseli de Deus Lopes - LSI/USP
Simão Pedro - PUC/MG
Stella Piconez - FE/USP

24 fevereiro 2007

Carta ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior



Um crime contra o Capítulo da Ciência e Tecnologia da Constituição Federal do Brasil

Carta ao MDIC, em 24/02/07, relativa ao Projeto UCA (Um Computador por Aluno)

Prezados Secretários Jairo Klepacz e Antônio Sérgio,

Agradecemos a atenção da sua equipe, em nos enviar estas informações e a oportunidade para análise do tema.

O MDIC e o MCT, com relevante história de realizações para o desenvolvimento da tecnologia e da indústria brasileiras, não podem se curvar à armadilha da subserviência intelectual, inerente ao “pré-acordo com uma importante ONG internacional”, apresentado como argumento na primeira reunião com a indústria no Ministério, realizada em dezembro último.

Trata-se de um projeto de bilhões de Reais, se levado à sério.

O MDIC deve seguir na sua essencial trajetória, para o desenvolvimento sócio-econômico do nosso País, através de suas ações competentes e bem sucedidas, como o Projeto Telecentros de Informação e Negócios e a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE:

“A PITCE se baseia em um conjunto articulado de medidas que visam a fortalecer e expandir a base industrial brasileira por meio da melhoria da capacidade inovadora das empresas.”

Pertinente a opinião do empresário João Guilherme S. Ometto, em seu artigo “O diagnóstico das patentes” :

“É inegável a necessidade de ampliar os esforços no desenvolvimento mais acelerado de pesquisas, inovação e registro de patentes, considerando ser a dependência tecnológica a armadilha da subserviência, num mundo no qual o conhecimento é cada vez mais fator de domínio econômico.”

Assim, reiteramos nosso apelo para que o estrago maior seja evitado e que o nosso competente Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior atue para evitar que funcionários do Governo Federal prossigam na decisão de cometer o crime de contrariar os artigos 218 e 219 da Constituição Federal do Brasil, levando à frente um projeto que jamais conseguirá atender aos alunos do ensino básico e fundamental das escolas públicas brasileiras, pela evidente inviabilidade econômica da proposta, para a realidade brasileira.

Se esta fosse uma solução adequada, pedagógica e economicamente, estaria naturalmente sendo largamente adotada em seu país de origem, os Estados Unidos da América, onde a disponibilidade de recursos públicos mostra-se ordens de grandeza superior à realidade do Estado brasileiro.

Países como a China, a Coréia e a Índia, que defendem o seu interesse nacional e adotam uma abordagem responsável ao imenso desafio que o deficit educacional representa, já rejeitaram esta proposta desde o início, porque não tem bases em princípios pedagógicos e não leva em conta a realidade da escola pública, em qualquer lugar.

Não há por que os brasileiros devam estar felizes em se posicionar na fila do Negroponte, ao lado da Líbia e da Nigéria.

Ficaremos bem melhor na companhia de China, Coréia e Índia. (Melhor a companhia de China, Coréia e Índia)

Os requisitos que nos foram apresentados até agora não incluem objetivos quantificados que se pretendem atingir com este projeto, nem que recursos públicos estarão disponíveis. Não há requisitos pedagógicos objetivos a serem atendidos, nem indicadores de desempenho que possam validar o laptop de 26 bilhões de Reais, em comparação com soluções já desenvolvidas no Brasil.

Vale ressaltar que estes requisitos compõem-se de uma lista de intenções genéricas que não contém qualquer objetivo que não possa ser melhor atendido com soluções brasileiras, desenvolvidas por brasileiros, em operação já validada em escolas públicas, que este Governo se recusa a considerar.

A pressa em avançar com esta proposta, sem qualquer debate sério, leva a crer que trata-se apenas de um movimento de marketing político sem qualquer sustentação nos interesses da Nação ou que possa eventualmente esconder outros interesses inomináveis.

Surpreende a forma autocrática com que este projeto vem sendo conduzido, absolutamente surdo às reiteradas manifestações da sociedade e da indústria brasileira, em especial.

Continuamos à disposição para contribuir, quando o Governo abrir um debate democrático sobre o tema.

Na expectativa de contarmos neste momento crucial, com o seu decisivo apoio, agradecemos a atenção que nos for dispensada.

Atenciosamente,

Carlos Rocha


Fonte: http://www2.samurai.com.br/laptop_100_dolares/carta_mdic_240207