18 março 2007

Relatos da experiência com projeto 1:1 no estado do Maine/EUA





Encontrei alguns registros da University of Southern Maine sobre a "Maine Learning Technology Initiative". Esta iniciativa começou com a implantação de um projeto piloto durante a primavera de 2002, sendo que no outono de 2003 já haviam sido distribuídos mais de 17 mil "notebooks" para os professores e alunos das sétimas e oitavas séries das 240 escolas do estado.

São nove arquivos, datados de 2003 a 2005, que tratam de uma experiência realizada com "notebooks de mercado" e "software" proprietário, mas que entendo podem subsidiar uma discussão sobre o modelo de computação 1 para 1. Ou, não.

Em um dos artigos, o que trata especificamente do "impacto sobre os estudantes e o aprendizado", as várias metodologias de avaliação utilizadas (entrevistas, grupos focais, observação em sala de aula, análise de correspondências da escola para os pais (sic) e questionários na internet) demonstram que o processo foi baseado na avaliação do "grau de percepção" daqueles que responderam à pesquisa (em torno de 46% do universo estatístico).

Aparentemente, não há informações sobre um projeto educacional/pedagógico inovador ou diferenciado, nem avaliação de resultados, nem dos custos do projeto (custos de oportunidade, inclusive), temas que considero de relevância para quem quer analisar o assunto.

Em todo o caso, seguem os "links":

1) Belief Drives Action: How Teaching Philosophy Affects Technology Use in the Classroom
Aaron Gritter, April 2005

2) Research Report #1
The Impact of Maine's One-to-One Laptop Program on Middle School Teachers and Students
David L. Silvernail, Dawn M.M. Lane, February, 2004

3) Research Report #2
Laptop Use By Seventh Grade Students with Disabilities: Perceptions of Special Education Teachers
Walter J. Harris, Lori Smith, February 2004

4) Research Report #3
Trading Roles: Teachers and Students Learn with Technology
Janet Fairman, May 2004

5) Research Report #4
Use of Laptop Computers and Classroom Assessment: Are Teachers Making the Connections
Jeffrey S. Beaudry, February 2004

6) Research Report #5
Two Teachers Implement One-to-One Computing: A Case Study
Abigail Garthwait, Herman Weller, July 2004

7) The Maine Learning Technology Initiative: Impact on Students and Learning
Dawn M.M. Lane, April 2003

8) The Maine Learning Technology Initiative: Impact on the Digital Divide
Paula Gravelle, April 2003

9) The Maine Learning Technology Initiative: What is the Impact on Teacher Beliefs and Instructional Practices
Katherine Sargent, April 2003

Um comentário:

Jaime Balbino disse...

Olá,

Permitam-me sugerir outros textos sobre o mesmo tema:
1. O britânico "Journal of Interactive Media in Education", em sua edição de dezembro/2005 fez vários relatos de experiência e análises do uso da mobilidade em educação na Inglaterra. Segue minha opinião sobre dois artigos que considero interessantes:
- "Should there be a future for Tablet PCs in schools?" - Há algumas
conclusões interessantes sobre motivação e potencial pedagógico, mas
eles se limitam a modelos equiparáveis aos laptops convencionais
(coisas de 1o mundo...). Mas não invalida a transposição para qualquer
sistema de custo menor que mantenha ou aprimore as características dos
equipamentos utilizados na pesquisa, já que ela faz uma abordagem
social e não técnica.
- "Mobile technologies: prospects for their use in learning in informal
science settings" - analisa cases do uso de tecnologia móvel e ensaia
uma "pedagogia na mobilidade". Interessante a citação de um trabalho
da Universidade de Helsink (instituição que já pesquisei em 2001 e que
produziu dois inovadores softwares: FLE3 e Synergeia). Vale a pena
conferir também este outro link.
A abordagem deles é puramente sócio-histórica, apoiada na linguagem e
no conhecimento como construções sociais coletivas. Os mais
piagetianos e liberais podem ter dificuldades ao querer reinterpretar
os conceitos mais básicos (já vi isso acontecer).
"Using Mobile Technology to Create Flexible Learning Contexts" -
Parece avançar mais que o outro texto na prática pedagógica, também
numa abordagem sócio-histórica.
Os demais textos também são interessantes e tratam outros aspectos igualmente relevantes como websemântica e impacto social.

2. Outro link que repasso é de uma pesquisa sobre a expectativa de uso da mobilidade por estudantes universitários italianos.
O artigo pode ser conferido aqui.
Sobre mobilidade e aprendizagem contextualizada, isto é, apresentação de conteúdos e serviços de acordo com o ambiente (contexto): "Contextualized Learning with Mobile Devices"

Espero ter colaborado,
Jaime Balbino.